“O que faltava em mim, eu encontrei em você”. Essa é a frase do nosso casal de hoje.
Convido vocês a voltarem comigo a outubro de 2010. Beatriz e Éverton se conheceram graças ao intermédio de amigos. Eles se encontraram, houve uma atração, perceberam a afinidade e aconteceu o primeiro beijo.
Mas não pensem vocês que a partir daí tudo aconteceu de forma rápida. A Beatriz foi enrolada até o ano seguinte. Pelo menos foi o que ela me contou! O Éverton somente a pediu em namoro oito meses depois, em 19 de junho de 2011. Mas o importante é que o pedido veio, né?
O começo do namoro não foi tão fácil. O Éverton morava em São Paulo, onde cursava a escola da polícia. Eles se viam apenas aos finais de semana e às vezes nem isso. As redes sociais foram grandes aliadas para que eles se sentissem mais próximos nesse período.
E, falando em aliada, a Carolina, irmã da noiva também foi uma grande parceira durante um bom tempo. Sempre que os noivos marcavam alguma coisa, a Beatriz tinha que levar a Carolina, pois era a irmã mais vela, ops, velha.
Beatriz e Éverton criaram um entrosamento tão grande, que rapidamente as famílias um do outro abraçaram o novo e a nova integrante. O Éverton me disse orgulhoso que a relação entre todos é muito boa e a Beatriz confirmou. A ponto de me dizer que os pais dela tratam o Éverton como um verdadeiro filho.
E é um filho que dá orgulho para ambas as famílias. O Éverton trabalha o dia todo na polícia e ainda tem pique para trabalhar no aeroporto de vigilante à noite. Isso ele não me contou, mas a Beatriz me disse orgulhosa que muitas vezes ele trabalhou sem dormir e na manhã seguinte ainda estava com o sorriso e sem reclamar.
Enquanto isso, a Beatriz cuida, ensina e encanta crianças. Ela me contou que as crianças a acham linda, mesmo nos piores dias. Disse que vai trabalhar sempre ao natural e que quando passa alguma maquiagem diferentes, as crianças estranham.
Quando completou cinco anos de namoro, o nosso casal foi comemorar a data em Fortaleza. Foi lá que o Éverton surpreendeu a Bia e a pediu em casamento. Segundo ela, foi lindo. A partir daí, eles começaram a planejar o casamento. Desde então, nesses dois anos e meio, o Éverton trabalhou dia sim e o outro também para que eles tivessem o casamento dos sonhos. Conseguiram!
Beatriz e Éverton sempre foram muito unidos e apaixonados. É, claro, que tiveram brigas nessa caminhada, como todo casal. Segundo a Bia, elas aconteceram sempre por motivos bobos.
A essa altura vocês já perceberam que ele é a razão e ela a emoção, né? Aliás, eles são sim pessoas bem diferentes. Mas a sinergia entre Bia e Éverton se dá na doação. Eles se doam demais um pelo outro. Para vocês terem uma ideia, a Bia fez uma promessa e o Éverton, sem saber qual era o motivo, se colocou à disposição para acompanha-la. Eles passaram um ano sem comer chocolate, um dos doces prediletos dele.
Para celebrar esta união, eles escolheram a Mansão Hipnose, no bairro do Taquaral, em Campinas. A cerimônia foi realizada ao ar livre, nos jardins do casarão. Já adianto que os noivos se casaram com efeito civil e escolheram o ritual da árvore para marcar a união.
Antes da cerimônia fiz meu tradicional tour pelas instalações. A casa cheirava a lírios, uma das flores que os noivos escolheram para a decorar os ambientes. No espaço da festa, no subsolo da mansão, as mesas tinham um aspecto clean. O branco das toalhas contrastava com as flores em tons vermelhos dos arranjos que também traziam velas.
Mas vamos para a cerimônia. Éverton, vestido com a farda de gala da Polícia Militar, estava ansioso até ver a noiva. E ela demorou alguns minutos a aparecer depois que o último padrinho chegou até a região do altar. A ponto de ele brincar dizendo “Cadê a noiva, João?”. Segundo depois, Beatriz surgiu na porta balcão do primeiro andar da mansão. Desceu uma escadaria em L, na companhia do pai, e apareceu no corredor central. De longe a vi e constatei: “Está extremamente nervosa!”. Esse nervosismo é muito comum. Cada noivo ou noiva expressa de um jeito e o convívio com eles me deixou craque para identificar. No caso da Bia, percebi pela respiração. Mas ela se soltou logo.
Abri o casamento com a história acima e contando algumas particularidades do casal. Adoro essa parte! Sempre tiramos risos dos convidados. Neste caso, o riso surgiu quando ela deu um leve tapa nele. É que o Éverton me revelou que ela molha todo o banheiro quando toma banho, claro que eu tinha que contar isso para todos. E a Bia reagiu com um susto e um tapinha. Mas ela também havia me dito que ele deixa a toalha molhada em cima da cama e, claro, também contei isso para que eles ficassem quites.
Brincadeiras à parte, seguimos com uma emocionante homenagem aos pais, leitura bíblica, compromisso dos padrinhos, juras dos noivos, troca de alianças, ritual da árvore e assinatura da ata do efeito civil. A cerimônia terminou com os noivos subindo a escada rumo ao primeiro andar da casa, passando em meio a um corredor formado pelos padrinhos.
Depois que uma cerimônia termina, sempre paro para avaliar cada etapa e me certificar de que cumprimos com eficácia. Eu estava fazendo isso, ainda nos jardins da mansão, quando uma simpática senhora pediu para tirar uma foto comigo. Ela me disse que tinha vindo de Goiás apenas para o casamento e que nunca tinha visto algo tão bonito. A foto seria uma lembrança deste momento para ela. Pronto! Fiquei satisfeito! Se uma pessoa foi tocada, é sinal de que eu soube transmitir a história deste casal da maneira que mereciam.
Depois, subi para me despedir dos noivos e pedir uma foto. Claro! Viro fã de cada casal e não tenho vergonha de tietar. Encontrei Bia e Éverton a sós. Fizemos a foto e pude manifestar minha gratidão por terem me deixado contar essa história e alça-los, agora, ao novo posto de marido e mulher. Saí de lá com a foto no celular e esse casal no coração. Que sejam felizes! Sempre!