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Iara e Henrique – Entrando em um templo de encantamento

Meu primeiro contato com Iara foi em uma padaria. Henrique não pode ir devido a compromissos profissionais em uma outra cidade. Logo de cara, Iara me passou ótimas impressões. E aqui vai uma confissão. Essa questão de simpatia, sinergia, energia ou qualquer outro nome possamos dar para essa conexão, é algo muito valioso para mim. Precisa acontecer para que todo o processo do casamento flua de uma forma gostosa. Às vezes isso não acontece, o que é natural. Já me aconteceu de sair de uma conversa torcendo para o casal não me contratar e já recusei casais com os quais o famoso “santo não bateu”. Algo que, como vocês já perceberam, não aconteceu com Iara nesse primeiro encontro.

Já que o assunto é conexão, eu me conectei com Iara e Henrique graças ao intermédio da querida amiga Isabel Schinaider, assessora de reconhecida competência em todo o estado de São Paulo. Eles iriam se casar de acordo com as tradições da umbanda e precisavam de um celebrante que conduzisse a parte civil. Isabel sugeriu o meu nome e assim se deu o início das conversas com o casal.

Diferentemente dos demais casamentos, a minha participação seria apenas na parte final. A cerimônia seria conduzida pelo Pai Beto, que tive a honra de conhecer no ensaio. E aqui preciso fazer outra observação. Tenho como regra não participar de ensaios. Acredito que a cerimônia fica engessada, perde emoção e todos ficam parecendo atores. Contudo, neste caso, por não seguir a religião e nunca ter estado em uma cerimônia umbandista, foi necessário e extremamente enriquecedor.

Já no ensaio pude conhecer a riqueza religiosa e cultural de um casamento na umbanda. As músicas, de cara, me encantaram. Ritmos extremamente animados e letras de pura exaltação. Dá para sentir a positividade no ar. Participam muitas pessoas, cada um com uma função – daí a necessidade do ensaio. Eu fiquei ali sentando na primeira fila acompanhando como se assistisse a um musical lindamente coreografado. Sabe aquela sensação de “Não quero perder nada”. Foi assim.

Eu tinha preocupações sobre como me comportar, que roupa vestir, como ser respeitoso e, quando chegou a minha vez, Pai Beto fez questão de dizer que eu deveria conduzir como achasse melhor. Quanta generosidade dentro do templo dele! E assim foi.

No dia do casamento, cheguei e fui direto cumprimentar o noivo e saber como ele e a noiva estavam. Ansiosos, claro! E logo ocupei aquele meu lugar na primeira fila. Quando a cerimônia começou, pude até arriscar alguns trechos das músicas que ouvi nos ensaios. Dá vontade de dançar, sério. Pai Beto conduziu a união de Iara e Henrique com muita leveza e todos os demais cumprindo as funções designadas no ensaio com extrema alegria.

Minha participação foi muito rápida ao final da cerimônia. Apenas lembrei Iara e Henrique sobre as questões inerentes ao efeito civil. O casamento civil é um contrato entre o estado e duas pessoas que se colocam com o objetivo de constituir família com uma completa comunhão de vida.

Após terem afirmado o compromisso de se casarem livremente e de espontânea vontade, colhi as assinaturas dos noivos e das testemunhas. Finalizada minha participação, passei a acompanhar o encerramento da cerimônia que se deu com a saída de Iara e Henrique em meio a um corredor formado por todos os que participaram do casamento segurando espadas de São Jorge. Lindo!

O meu balanço dessa experiência extremamente rica é o sentimento pleno de gratidão a Iara e Henrique por terem me incluído. Que dádiva poder conhecer e passar a admirar o casamento de acordo com as tradições da umbanda!

Sempre digo nas minhas cerimônias que todo casamento é um ritual e os rituais são marcos que atribuem virtudes e poderes para uma nova vida que nasce a partir de então.  O casamento é tido como algo sagrado, independente da cultura em que a cerimônia é realizada. É um rito de respeito e devoção à outra pessoa. Duas características que sempre senti que Iara e Henrique têm um para com o outro.

A eles então, o meu agradecimento, o meu carinho e os meus votos de felicidades, sempre.

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