Juliana e Murilo se conheceram em Alfenas, em Minas Gerais, quando ambos foram cursar a faculdade de Medicina. Murilo estava um ano à frente da Juliana, ou seja, era veterano dela. Naquele começo de ano letivo, a Ju voltava todo final de semana para casa, em Limeira, no estado de São Paulo. Era aquela fase de adaptação e ela tinha até um certo receio das tradicionais festas de faculdade.
Já no primeiro ano de faculdade, os alunos tinham atividades externas. Em uma delas, em um posto de saúde onde a Juliana foi para acompanhar a rotina de atendimentos, ela viu o Murilo pela primeira vez. Ele estava lá cumprindo as obrigações de aluno do segundo ano. Era uma unidade do Programa Saúde da Família. O Murilo me disse que naquela ocasião ela não deu “muita moral” para ele.
Foi aí que entrou em cena um amigo em comum que podemos dizer que atuou como cupido do nosso casal. O Jarbas, que morava no mesmo hotel em que Murilo estava hospedado e que estudava na sala da Juliana. O Jarbas dizia a ela que o Murilo era um bom rapaz e que havia gostado dela. Eis que um dia o Jarbas convida a Juliana para uma festa da turma do segundo ano em uma república. Naquele final de semana, ela decidiu ficar em Alfenas e foi com amigas. Adivinhem que a recebeu na festa? O nosso noivo, claro.
Murilo perguntou se a Juliana bebia, ela disse que não e ele serviu refrigerante. Nesse cenário, a conversa entre ele começou e durou cerca de duas horas. Já deu para perceber que houve uma sintonia entre eles, né? Aliás, foi nessa festa que aconteceu o primeiro beijo.
Juliana e Murilo ficaram saindo por um ano até que chegou a Páscoa e ela iria para Limeira passar o feriado em família. O Murilo não voltaria para o Paraná e, mesmo sem estarem namorando, a Juliana consultou os pais sobre a possibilidade de convida-lo para a Páscoa. Eles autorizaram. Murilo foi recebido super bem pela família dela. Naquele feriado, a Juliana foi mostrar um barzinho da cidade ao Murilo e eis que lá ele a pediu em namoro. E ela aceitou, claro.
Durante o namoro, Juliana e Murilo construíram uma relação muito boa com a família de ambos. A relação é tão boa que o Murilo chegou a morar com os sogros por um ano assim que se formou e foi trabalhar em Limeira.
Um ano se passou, Juliana se formou e começava então uma nova fase na vida do casal. Um período de situações marcantes e de superação.
Eles decidiram tentar residência em São Carlos. Eram pouquíssimas vagas e muito disputadas. Eles passaram. JUNTOS! Contudo, depois de algum tempo lá, ambos perceberam que não era bem aquilo o que queriam. Estavam infelizes. Foi aí que, JUNTOS, tomaram a difícil decisão de desistir.
Eles voltaram a Limeira e foram morar JUNTOS pela primeira vez. Foi um período em que trabalharam, aproveitaram para viajar e se dedicaram aos estudos. Eis que decidiram fazer as provas para uma nova residência. Dessa vez, em Campinas. Mesmo cenário de São Carlos: poucas vagas, muitos candidatos e muitas provas. E eles novamente passaram, JUNTOS. E lá foram os nossos noivos para uma rotina cheia de plantões e aprendizados na qual um estava sempre ali dando suporte ou outro.
Depois de dois anos eles tentaram outra residência em Sorocaba. Adivinhem o que aconteceu? Eles passaram, JUNTOS, e lá estão até hoje. Ele em pneumo e ela em endócrino.
Quando a Ju me contou essa trajetória ela me disse uma frase que me marcou bastante e quero ler para vocês: “Orei muito para estarmos juntos nas provas e nos lugares e deu certo. A fé move montanhas”.
Uma trajetória muito marcante pelas coincidências e pela superação que cada cidade e cada residência impôs a eles. E também de maturidade. São experiências que fizeram o nosso casal amadurecer cada vez mais a ponto de constatarem que era chegado o momento de confirmar esta união por meio do matrimônio.
A cerimônia foi realizada no Garden, da Maison Solano’s, em Limeira, com toda a assessoria de Isabel Schinaider, craque dos casamentos no interior de São Paulo. Um dos pedidos do casal é para que a cerimônia lembrasse ao máximo o ritual católico. Sempre que um pedido como esse é feito, eu lembro ao casal que é possível, mas que eu não posso consagrar as alianças e nem abençoar os noivos. Eles entenderam e convidaram um amigo, ministro da igreja católica, para o momento religioso da cerimônia. Foi lindo!
Outro ponto marcante deste casamento foi a homenagem à mãe do Murilo, que faleceu quando ele era criança. Na preparação para o casamento, Juliana me pediu para redigir um texto para ela como uma surpresa ao Murilo. E aqui vai um adendo. Sempre que um pedido como esse é feito, preciso compartilhar algumas preocupações. Pergunto se a família estará preparada para este momento de tamanha emoção e se a pessoa que receberá a surpresa, neste caso o noivo, reagiria bem. Essas ponderações foram feitas com a Juliana, que me autorizou a seguir. Conversei então com a tia do Murilo, a atenciosa Vânia. Foi ela que me passou todas as informações sobre Darlene.
Tenho como regra nunca enviar o roteiro ao casal para que a cerimônia não perca a graça, mas pela delicadeza da homenagem que faríamos, enviei para Juliana, que me autorizou a seguir. E foi neste contexto que nos recordamos com muito carinho de Darlene, uma pessoa muito importante que não se encontrava fisicamente nesta cerimônia, mas que se faz presente nos corações e na memória de todos. Lembramos o grande exemplo que deu em vida. Foi um lindo momento de homenagem e devoção.
Em resumo, a cerimônia foi muita rica. Momentos de reverência ao sagrado, à família, à história vivida até então e a que estava começando a partir daquele momento.
Ah! Cabe mais um adendo? Cabe, né? Já disse aqui que tenho como regra não ficar nas festas, mas nesta fiz questão de dar uma espiadinha, pois foi o último casamento realizado na Maison Solano’s antes de fechar para reformas. Queria ter a lembrança daquele espaço que tantas vezes me acolheu ainda no formato antigo. Que bom que entrei! Tive a oportunidade de vê-lo decorado com um bom gosto que poucas vezes havia presenciado. Mais uma vez, mérito de Isabel Schinaider e de seus fornecedores.
A Juliana e Murilo deixo aqui registrado o meu agradecimento por terem me escolhido. Saí muito encantado por eles e pela história inspiradora que têm traçado. Que sigam numa trajetória de luz, harmonia e muito amor.